Anos 70 - CONTEXTUALIZAÇÃO

A década de 70 foi um período de intensas movimentações nos cenários políticos, sociais, econômicos e tecnológicos em todo o Mundo.
No Brasil, a ditadura militar censurava os meios de comunicação e às artes em geral que apelassem contra as injustiças sociais cometidas pelo governo.
A economia mundial estava abalada devido à crise do petróleo, levando aos EUA a recessão. Inicialmente, o Brasil consegue estabilidade decorrente dos efeitos do milagre econômico utilizando reservas cambiais, mas em seguida faz empréstimos internacionais para equilibrar sua deficitária balança comercial.
A crise do petróleo trouxe à pauta das discussões, as questões ecológicas, levando a organização da primeira conferência mundial sobre o meio ambiente, realizada pela ONU em Estocolmo, em 1972.
A consciência ecológica afetou os sistemas construtivos convencionais da arquitetura, concreto armado, substituindo-os por alternativas tecnológicas regionais mais acessíveis, baratas e de menor impacto ambiental, tijolo, taipa e madeira.
Houve pouca discussão e crítica arquitetônica no período, somente no final as críticas foram retomadas com as publicações das revistas Módulo, Pampulha e Projeto.

Referências

AZEVEDO, Elizabeth;GORAYEB, José. BNDES - 50 Anos de Desenvolvimento, 2002.Disponível em: < http://www.bndes.gov.br/conhecimento/livro50anos/Livro_Anos_70.pdf >. Acessado em maio de 2009

Rodrigo Brotero Lefèvre - Residência Melanie Farkas – 1971

Formou-se pela FAU-USP em 1957, nasceu em 1938 em São Paulo e faleceu em 1984. O projeto da residência Melanie Farkas foi relizado de forma experimental, utilizando o concreto na geração da forma e estrutura em abóbada parabólica, em prol da produção de residências em larga escala tendo como premissa a materialidade simples e construtibilidade fácil para qualquer pessoa.
A vedação da residência é composta por duas cascas de concreto armado em formato de abóbadas de alturas diferentes, mas de mesmo raio de curvatura. A estrutura independente da cobertura possibilita diversos arranjos internos á edificação.
Os ambientes sociais são dispostos em diferentes níveis configurando-se de forma integrada com os demais espaços da casa. A forma do espaço interno gerado pelas abóbadas permite uma distribuição muito particular do programa usual da casa.

Referências

DIAS,Maurício Rezenha. Arquitetura moderna na praia. Residências na Praia de Pernambuco,Guarujá, 2003. Disponível em: < http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq038/arq038_01.asp >. Acessado em junho de 2009.
LEFÈVRE, Rodrigo. Projeto de um acampamento de obra: uma utopia. Dissertação de mestrado. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1981. Disponível em: < http://projetofractal.wordpress.com/2009/03/06/rodrigo-lefevre-projeto-de-um-acampamento-de-obra-uma-utopia/ >. Acessado em junho de 2009.

Décio Tozzi - Residência Cláudio Tozzi

Nasceu em São Paulo em 1936 e formou- se pela Faculdade Mackenzie.
Para atender ao programa pedido por seu irmão, onde deveria ser apenas um local para um homem passar alguns dias na praia, Décio projetou um cubo de 7m x 7m, onde a sala ocupa todo o térreo e se abre para o fundo que abriga um pequena piscina no terraço.O programa é bem simples, e se resume em uma cozinha que comporta uma bancada com o essencial (pia, duas bocas para cozinhar e uma pequena geladeira), se integrando com o ambiente de estar. O banheiro está em um volume que se camufla com um armário e não interfere na composição do ambiente de estar, que possui na sua face voltada para o fundo, pé direito duplo. A ligação com o pavimento superior é feito através de uma escada helicoidal pintada de branco como todos os elementos da casa. O dormitório possui painéis corrediços podendo ou não se integrar visualmente com o estar.

Referências

TOZZI, Décio. Residência Cláudio Tozzi. Disponível em: < http://www.deciotozzi.com.br/_br/flash/decio-tozzi.htm >. Acessado em junho de 2009.
TOZZI, Décio. Só arquitetura espaço e informação. Disponível em: < http://www.soarquitetura.com.br/template.asp?pk_id_area=18&pk_id_topico=198&pk_id_template=1 >. Acessado em maio de 2009.
DIAS,Maurício Rezenha. Arquitetura moderna na praia. Residências na Praia de Pernambuco,Guarujá, 2003. Disponível em: < http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq038/arq038_01.asp >. Acessado em junho de 2009.

Severiano Porto - Residência Severiano Porto - 1970

O arquiteto Severiano Porto nasceu em Uberlândia – MG em 1930 e formou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura em 1954. Trabalhou no Norte do Brasil em 1965, região de difícil acesso e intervenção para a época. Introduziu novos métodos de construção utilizando materiais regionais e adequados à cultura local. Em suas obras preocupa-se com o clima e uma implantação harmônica com a natureza. Entre seus projetos destaca-se a obra de sua residência em Manaus, 1971. Esta recebe destaque por ter sua estrutura em madeira sucupira e maçaranduba. O concreto foi usado somente na laje dos banheiros do pavimento superior. Possui dois pavimentos com programa funcional dividido em área de estar, intima (pavimento superior), área de serviço e um jardim interno onde se desenvolvem todos os espaços. Para garantir conforto térmico foram usadas janelas basculantes pequenas com vidro amarelo (reduzindo luminosidade) e grandes beirais, assegurando sombreamento. A casa é composta por diferentes alturas e coberturas. A parte mais alta e principal, tem colunas modulares de maçaranduba de pé direito duplo, independentes das vedações, que recebe o telhado de fibrocimento de uma água. Entre essas colunas existem ripas de madeira que formam um brise-soleil rústico. O pátio interno e a varanda íntima têm seus apoios ora expostos, ora embutidos nas alvenarias, ou entre elementos vazados e a cobertura é de duas águas. E na cozinha e área de serviço a cobertura é de uma água.

Referências
GUERRA, Abílio; RIBEIRO, Alessandro Castroviejo. Casas brasileiras do século XX. Disponível em: < http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq074/arq074_01.asp >. Acessado em junho de 2009.
HESPANHA, Sérgio Augusto Menezes. Severiano Porto: Entre o regional e o moderno. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp503.asp. Acessado em junho de 2009.

Pedro Paulo de Melo Saraiva - Edifício Acal - São Paulo - 1974

Nascido em Florianópolis em 1933, Pedro Paulo de Melo Saraiva se formou em 1955 pela faculdade de Arquitetura Mackenzie em São Paulo.
Em suas propostas, Saraiva tenta tipificar as soluções-padrão que conhece para que a partir desse parâmetro possa repetí-lo, partindo de um raciocínio lógico da forma e da estrutura.
No edifício Acal, a malha densa formada pelos quadrados de concreto armado se suporta pelo apoio dos oito pilares que alcança toda a extensão do edifício. A fachada, que ao mesmo tempo é brise e estrutura, se separam das lajes de piso dos pavimentos e ainda suporta duas barras diagonais, tornando o prédio uma gigante grelha.
Esse projeto se tornou uma interessante solução de estruturação e ainda traz questões relevantes no campo da construtividade.

Referências
ZEIN, Ruth Verde. Breve introdução à Arquitetura da Escola Brutalista. Disponível em: < http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq069/arq069_01.asp >. Acessado em maio de 2009.

Vilanova Artigas - Rodoviária de Jaú – 1973

Nasceu em Curitiba no ano de 1915 e se formou pela escola politécnica da USP. No ano de 1973, foi construído em de Jaú, interior de São Paulo, a nova rodoviária da cidade. Um dos projetos mais interessantes do arquiteto.
A rodoviária se situa entre duas ruas paralelas com uma diferença de nível de 6m, sendo ainda ladeada por duas praças, ou seja, o local é um importante ponto de transição, tanto para os pedestres, quanto para os veículos.
O projeto se divide em quatro pavimentos e são interligados por rampas que, distribuídas longitudinalmente, deixam formar um vazio central. As ruas de acessos aos ônibus também são internas e paralelas as vias externas. Desse modo, com todos esses recortes, as rampas ganham expressividade.
Vilanova teve como inspiração os lírios para criar os formatos dos pilares e essa solução garantiu ao espaço claridade, pois a sua extremidade se abre deixando uma abertura no teto de seção circular.

Referências
CORREA, Paulo Roberto. Rodoviária de Jaú: Tempo e Diálogo. Monografia apresentada a faculdade de Arquitetura e Urbanismo da faculdade Mackenzie. São Paulo, 2007. Disponível em: < www4.mackenzie.br/fileadmin/graduação/FAU/publicações/PDF_IIIForum_b/MACK_III_FORUM_PAULO_CORREA.pdf >. Acessado em maio de 2009.

Anos 80 - CONTEXTUALIZAÇÃO

Mudanças no Brasil, mudanças na Arquitetura

A década de 80 foi um período interessante e peculiar na história do Brasil.
Dentro da política Nacional, começa o que chamamos de abertura política. O Brasil estava, naquele momento, prestes a sair da Ditadura Militar que havia sido deflagrada em abril de 1964 a qual impediria o país de exercer a democracia. Naquele contexto, em 1984, aconteceu o movimento conhecido como “Diretas Já”, onde a população pedia a volta das eleições diretas no Brasil para presidente.
Dentro da arquitetura brasileira nos anos 80, a influência é do pós-modernismo. Fazendo crítica à arquitetura moderna, a arquitetura pós-moderna traz propostas arquitetônicas novas a partir dos anos 1960 até o início dos anos 1990. Seus principais representantes no mundo são Roberto Venturini, Philip Johnson e Michael Graves nos Estados Unidos, Aldo Rossi na Itália, e na Inglaterra James Stirling e Michael Wilford. No Brasil muitos arquitetos foram influenciados pelo pós modernismo como Flávio Ferreira.
No Brasil, um projeto arquitetônico que exemplifica esta tendência nos anos 80 é o Memorial JK inaugurado em setembro de 1981 e dedicado ao ex-presidente Juscelino Kubtcshek na cidade de Brasília. Este, elaborado pelo arquiteto Oscar Nyemayer. No monumento em homenagem ao ex- Presidente está o corpo e vários pertences e a biblioteca pessoal dele, além de fotos de sua esposa e uma escultura de 4,5 metros de autoria de Honório Peçanha.

Referências:

Internet:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_p%C3%B3s-moderna
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_do_Brasil
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/182/vida-e-obra-de-flavio-ferreira

Bibliografia
GASPARI, Elio - A Ditadura Envergonhada
BERTONCELO, Edison – A Campanha das Diretas e a Democratização